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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Em 1998 publiquei o meu primeiro livro – O Homem e suas Tempestades. O título foi inspirado em um poema processo que publiquei no antigo SF – O Jornal de São Francisco, quando o movimento fazia um certo sucesso em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. O livro trazia uma coletânea de poemas, contos e poemas processos que escrevi ao longo de alguns anos, no mesmo SF, e foi publicado por insistência do meu irmão-poeta Fernando Rubinger. Prefaciou-o a minha amiga jornalista Irene Veloso Gangana e teve apresentação de Diogo Mesquita Maia, editor do jornal Nosso Tempo que circulou por um bom tempo em nossa cidade, e do qual eu era o diretor.

Comentário IRENE VELOSO GANGANA: “Poemas, contos, crônicas e causos enlaçados... Eis o livro! Tão cobrado ao longo de mais de vinte anos, tão expressivo de cada momento! Ritmo e barulho das águas do Velho Chico embalam as palavras, as pausas, o dizer... nas familiaridade dos versos, na intimidade da prosa, na naturalidade própria dos inspirados.
Já passava da hora de se verbalizar as mensagens poéticas do dia-a-dia do autor. Percebia-se nele um poder contido, mas impaciente por se revelar. E tudo explodiu em sete cantos, visão cabalística, nas preocupações sociais pertinentes no seu caminhar. Abriu-se a alma.”


Comentário DIOGO MESQUITA MAIA: “A leitura construtiva sempre antepõe uma questão que retorna ao termo dela (leitura), pelo que é intrínseco à comunicação e diz respeito aos propósitos do autor. Qual terá sido o conteúdo mais profundo do livro? Ou quais esses conteúdos? Para chegar à resposta ou às respostas, é necessário identificar uma certa unidade, algo que vá se definindo gradativamente ou algo que um texto ou um trecho em especial ilumina, lançando luzes esclarecedoras sobre o todo.”


Em 2000 lancei A Saga de um Urucuiano, uma narração dos anos que intensamente vivi no sertão urucuiano. O prefácio é do mestre Saul Alves Martins – escritor, folclorista, antropólogo e, acima de tudo isso, o grande barranqueiro que cunhou expressiva e inesquecível frase – “O barranqueiro tem a alma no rio”.

Comentário SAUL MARTINS: “Por meio das palavras, o Autor pinta a natureza em toda a sua diversidade – matas, cerrado, veredas. Igualmente, descreve os padrões culturais existentes no Vale do Urucuia, bem como as características físicas, sociais e psicológicas de seus moradores. Revela os hábitos de vida do sertanejo, seus usos, costumes, tradições e espírito religioso. Tudo lá possui a marca da religiosidade. Nesse gênero da literatura, a descrição, João Naves ultrapassa, excede o escrito comum, é grandioso, ninguém lhe leva a palma. Qualquer de suas descrições pode ser reproduzida na tela por um pintor.”
Comentário OSCAR CAETANO JÚNIOR: “Naves: A bandeira caiomartiniana merecia muito o seu livro e vice-versa. Ele é um resgate, uma ‘redimissão’, pois o livro é tão importante como a obra. A obra é linda e o livro é lindo.”



Em 2003 publiquei um pequeno livro de poemas – Viajando (Sete Portos). É um livro simbólico no conjunto e exposição dos capítulos (sete portos); poemas por capítulo (cinco) e estrofes por poema (três) – 7, 5 e 3 na construção do homem. O prefácio foi do meu irmão barranqueiro Domingos Diniz.

Comentário DOMINGOS DINIZ: “Você, Naves, tem a consciência dessa afirmativa. A essência do homem é a sua busca eterna. Para achar a essência do homem você, com sua poesia, penetra na realidade que circunda o homem. O homem sertanejo.”


No ano de 2000 iniciei uma pesquisa, em princípio com causa ambiental e, depois, pelo gosto que tomei pelo mundo do cerrado e da mata seca; pelos pequenos cursos d´água, nascentes e lagoas. O livro ficou pronto, mas não tive recursos para publicá-lo. Queria-o tanto, para servir de pesquisa e fontes de consultas para os estudantes. Não foi possível. Nas portas que bati, nenhuma abriu. Então, para que não fique no limo e possa ser esquecido o árduo trabalho, como homenagem aos irmãos das veredas, do cerrado, da mata seca, barranqueiros e amigos Luizão da Acar e Alvino do IEF que caminharam comigo os primeiros momentos, coloco-o à disposição dos interessados através deste blog – Do Cerrado às Barrancas do São Francisco.

Comentário DOMINGOS DINIZ: “O autor tem um poder descritivo infinito. Translúcido como a gota de orvalho que goteja da ponta das folhas do arrozal. Descreve um episódio ou uma paisagem minuciosamente, pormenorizadamente. Com uma vantagem. Não se faz repetitivo nem enfadonho.”



No mesmo período, casualmente me interessei pela fabricação de farinha. Foi numa visita que fiz em companhia do meu concunhado Waldemar Queiroz a Arnaldo - morador no bairro Bandeirante - para contratar com ele o “desmanche” do mandiocal que tínhamos em nosso sítio – Mirante do São Francisco. No quintal da casa de Arnaldo fiquei conhecendo a “oficina de farinha”, chamando mais a minha atenção a prensa e a rodinha com o ralador de mandioca. A partir de então comecei a visitar comunidades rurais em busca de todo tipo de oficina com suas prensas e rodinhas. O trabalho foi além, dando-me a oportunidade de conhecer mais profundamente parte da vida do homem do campo e, assim, o pequeno compêndio se transformou em um “O complexo sócio-econômico-social e cultural da farinha de mandioca”. É um nome muito extenso, mas não tem como resumi-lo em face do conteúdo, o que pretendi alcançar. Trata-se, pois de uma pequeno registro do trabalho de nossa gente do campo e que pode servir à pesquisa de estudantes.

Em 2008 reuni alguns poemas que escrevi esparsamente, frutos de inspiração ocasional, ou como resultado de alguns acontecimentos sociais que marcaram (e ainda marcam) a vida do nosso País, tendo eles cunho social, por isso. Não tenho explicação para o título que me veio de estalo – Viagem. Talvez possa ser motivo para uma fuga do cotidiano.

Nos idos de 60/70 eu e Fernando Rubinger, com o apoio do amigo Dirceu Lelis de Moura, escrevemos O Inventário do São Francisco – para o teatro. Na verdade foi o aproveitamento de alguns de nossos poemas – dele, Rubinger, os mais fortes como a Lavadeira e Joãozinho Pescador – causos do nosso folclore, mitos, lendas e danças. Um retrato do nosso barranqueiro. Não conseguimos encenar esta peça em São Francisco. Na década de 80, por fim, ela foi encenada pelos alunos do Centro Integrado de Esmeraldas (Caio Martins), que eu dirigia, à época. Foi um sucesso. Uma aluna que se destacou fazendo o papel da lavadeira, Maria Luiza, mais tarde, encenou a peça em Buritizeiro, levando-a em várias outras cidades. Participou de concursos obtendo várias premiações.

As minhas caminhadas matinais, ou vespertinas, na orla do Rio São Francisco, de tanto assuntar admirado a sua beleza, o seu fascínio, fui escrevendo alguns poemas reunidos, por fim, em um pequeno livro que dei o nome de Acidentes. Foi o resultado de observações dos acidentes que ocorrem no rio ou parte dele, no cenário barranqueiro e mais além, dentro da bacia. Contei, mais uma vez, com o precioso comentário do meu irmão-barranqueiro Domingos Diniz. Acidentes foi composto em 2009.

Comentário DOMINGOS DINIZ: “Li os poemas uma só vez, mas já deu para sentir que a coisa é boa, de primeira como tudo que o mano veio escreve. Os quatro versos finais de cada poema são um achado genial. Se separá-los cada um dos 4 versos, cada conjunto dá um poemeto fabuloso com vida própria. Completo. Leia-os separadamente em voz alta e verá o efeito. Cada final dos poemas há nele o eu universal, não apenas o eu-autor (o hífen eu ponho-o onde quiser, às favas com a reforma ortográfica). Quando o leitor ler ele se sentirá dentro da mesma forma que o autor.”

Folclore. Nos contatos permanentes com o homem do campo fui aprendendo muita coisa – um verdadeiro tesouro de sabedoria. Fui ajuntado as peças e escrevendo artigos, primeiro para o SF – O Jornal de São Francisco, depois para o Nosso Tempo e, por fim em O Barranqueiro – sempre incentivado pelo mestre Saul Martins. Outros publicados no Boletim Carranca e Revista do Folclore, da Comissão Mineira de Folclore de que, orgulhosamente, sou membro efetivo. Os mais interessantes – no campo da pesquisa e pela beleza rural, foram: A Rapadura, Carro-de-bois, Os Mitos, As Danças, Tecelagem, Cancioneiro, Preces para Fazer Chover, Lenda do Rio Abaixo, Autos e outros. Achei por bem disponibilizá-los, também, nesta página, pois tenho sido consultado, constantemente, estudantes e pesquisadores em preparação de teses.

7 comentários:

  1. Boa tarde Sr. João,
    É com muito prazer que passo a seguir seu blog que com certeza será de fundamental importancia para a divulgação da região de São Francisco.
    Meu nome é Lúcia Amorim e sou amiga da Alda onde buscamos sempre falar sobre as veredas,o rio são Francisco e o Buriti do Meio.
    com certeza iremos nos encontrar para " assuntar" os assuntos do cerrado.
    Abraços Lúcia e Alda.

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  2. A propósito do primeiro livro, O Homem e suas Tempestades, acho oportuno rememorar a mensagem que enviei em meu nome, de minha esposa e filhos:

    Querido Pai,

    Muita foi nossa alegria, diante da sua grandiosa realização.
    Maior ainda o regozijo da leitura de uma vida.
    Sim, vivi cada um dos seus versos mesmo antes de nascer.
    Vivemos nós todos, em família, à sombra do seu frondoso amor.

    Folgo em ver a partida da minha predileta Colheita rumo a outros portos, a outras gentes.
    E se me dói a mágoa que lhe dói, tal revelada em "Paroxismos", me conforta a sua visão de que a essência da vida está no legado da própria vida, tal como retrata "Meus Filhos" - um espelho da grande lição que o poeta sempre nos passou de valorização da família.

    Sem trocadilho, hoje me sinto mais rico...
    Folheio "causos" e os releio como se revisitasse aqueles tempos; declamo poemas decorados, como o fazia quando menino; talvez até consiga incutir nos meus filhos o gosto pela dramatização de um "Pedro Duro", com todas as entonações e gestos do nosso inesquecível Jogral.

    Pois é, ainda bem que somos assim meio que poetas, nem que seja no simplório sentido de quem ama as letras.
    No romance "O Carteiro e o Poeta", aquele simplório Mário, que queria ser poeta de tanto que amava a poesia, fez da sua relação com o grande Pablo Neruda algo singular: usava as suas Metáforas como se suas fossem, pois ao que concebia, a poesia não pertence a quem as escreve, mas sim a quem as lê e usa.

    Parabéns, pois, por ter oferecido a todos os seus versos.

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  3. carissimo irmão joão naves, esta é a centena de vez que procuro você na net.depois comento seus poemas.meu email: fsrubinger@hotmail.com, entre em contato, irmão!

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  4. Naves, irmão, eu novament3e, tentanto entrar em contato com você.depois comento seus poemas.meu email fsrubinger@hotmail.com. entre en contato, irmão!

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  5. Caro Naves:tive poemas publicados no SL, Anos 70, ao qual fui apresentada por Irene Veloso Gangana.Gostaria de saber como obter seu livro.Pode responder-me para pessoaclevane@gmail.com
    Sucessos!Parabéns pelo seu livro!
    Clevane Pessoa de Araújo Lopes
    Belo Horizonte-MG

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  6. Olá eu sou um escritor tenho 11 anos se você puder entrar em contato comigo eu agradeço queria ajuda para publicar o meu primeiro livro

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  7. Pedro Arthur Alves Silva( 38)998461903

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