A cidade de São Francisco foi abençoada por Deus que lhe deu dois belíssimos presentes: o Rio São Francisco e o majestoso pôr-do-sol.
O rio tem uma passagem especial pela cidade, de pontal a pontal, numa longa distância, descrevendo um suave “S”, abraçando o cais da cidade, lambendo as lisas pedras que guardaram, por séculos, portentosos angicos, que deram o nome primeiro à civilização ali plantada. Depois, muito depois, veio o atual nome – São Francisco, naturalmente vindo do rio, mas com resquícios da bondade e amor do santo que deu nome ao rio. Rio e cidade, coisa de muito amor ficado. Muitos registros foram feitos para contar tanta beleza. O mais famoso e carinhoso foi do grande Guimarães Rosa, no seu mais famoso romance: Grande Sertão: Veredas. Em uma página ele descreve com jeito carinhoso: “formosa cidade de São Francisco, a que o rio olha com mais amor”. Irra!
O pôr-do-sol. As palavras são poucas para descrever a beleza tanta da obra do Criador, renovada nas águas do rio, ali defronte da cidade, a cada tarde. As fotografias falam muito mais. Deixo para os olhos...
A LUA CHEIA DE PRATA
O pôr-do-sol sempre tem sido nosso encanto barranqueiro. Coisa do entardecer. Assim, quando se punha o sol, vinha, do outro lado a lua, se fosse cheia. Aí ela passa imperando a noite, embalando sonhos de enamorados e arrancando suspiros de saudade dos que já a viveram em romances idos. Passa e passa, mas na madrugada, quase chegar do sol, quando dormir ela vai, também dorme a cidade. Assim, ela fica sem espectador ou admirador na hora amena e fresca do nascer do dia, quando risca caminho de prata no leito dorminhoco do rio.
Eu sempre quis registrar este momento, uma coisa ou outra atrapalhava. Chuva, nuvens, cervejas... Na última passagem de cheia, eu a peguei. Por uns instantes, na fria madrugada e no arrebol, tive companheiros naquele momento de elevo – visitantes de Montes Claros.
Não falo mais. Falam as fotos.
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